Oi coração, tudo bom? Há quanto tempo não conversamos. Precisamos esclarecer algumas coisas, sabia? É que as coisas não podem continuar do jeito que estão. Acho que não suporto mais essa situação. Tem como ser um pouco mais forte? Ou pelo menos tentar? Eu até que me esforço bastante pra disfarçar, mas acho que estou perdendo o jeito. Queria também que não se entregasse tão facilmente. Você e eu sabemos quantas vezes nos iludimos. Mas não é pra se fechar totalmente, tá? A novos amores, espero. E pra que eles possam se achegar é necessário estarmos organizados. Bem organizados. Estamos combinados?
Uma pergunta: tem alguma palavra mais brasileira do que saudade? De que forma nós traduzimos a saudade, como a sentimos, o que dizemos sobre ela? Ela aparece no que pintamos, fotografamos, escrevemos, cantamos! Temos saudades diferentes, saudades que ficam e que vão. Saudades de gentes e de momentos.
"Felizmente, há em mim uma coisa chamada coragem. As vezes ela fica adormecida. E eu acho que a perdi. Outras vezes ela não dá sossego. Mas em ambas as ocasiões, ela se mostra lá. Existente. Seja quase se esvaindo ou quando está intensa. É assim com todos os meus sentimentos. Um turbilhão dentro de mim. Quase não dá tempo pra respirar. Mas sempre dou um jeito de nadar até a superfície, ou pelo menos, à margem tomar fôlego."
